«Nunca vos desfaçais dos valores humanos e cristãos dos quais sois testemunhas na família e na sociedade»; aliás «dai generosamente a vossa contribuição para que a escola católica nunca se torne uma “segunda escolha”, ou uma alternativa insignificante entre as várias instituições formativas». É a dúplice recomendação com que o Papa Francisco se dirigiu, na manhã de sábado 5 de Dezembro, à associação dos pais das escolas católicas (Agesc) que celebra quarenta anos de actividade.
Recebendo os seus representantes na Sala Clementina, o Pontífice reafirmou em síntese os conceitos expressos durante o recente diálogo com os participantes no Congresso mundial da educação católica, desejando percursos formativos inclusivos, capazes de dar lugar a todos sem seleccionar de maneira elitária os estudantes. Considerações que contêm um convite válido também para a Agesc a «restabelecer o pacto educativo», porque – explicou – «o pacto educativo desfigurou-se, porque foi interrompido». Eis então a exortação à associação italiana «a lançar pontes» entre famílias, escola e sociedade, isto é, a «construir união onde progride a divisão» e a «gerar harmonia quando parece prevalecer a lógica da exclusão e da marginalização».
Depois de ter frisado que os pais são «depositários do dever e do direito primário e irrenunciável de educar os filhos, contribuindo para a tarefa da escola», Francisco evidenciou que os educadores católicos em particular estão chamados a «distinguir-se com a qualidade formativa», encontrando «modos e vias para não passarem para segundo plano na cultura. Sem despertar clamores, nem com projectos cheios de retórica», mas com «atenção constante à pessoa, de maneira especial aos últimos». Em síntese, trata-se de se fazer «notar não pela “aparência”, mas por uma coerência educativa radicada na visão cristã do homem e da sociedade». Sobretudo neste momento histórico «no qual a crise económica se faz sentir fortemente também nas escolas paritárias, muitas das quais se vêem obrigadas a fechar». Com efeito, é nestes casos que «se apresenta a tentação dos “números”». Contudo, concluiu, «apesar de tudo, a diferença faz-se com a qualidade da presença, e não com a quantidade de recursos».
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